Workshop do evento reuniu líderes de pequenos empreendimentos jornalísticos para repensar as relações de trabalho
maio 15, 2023
Workshop do evento reuniu líderes de pequenos empreendimentos jornalísticos para repensar as relações de trabalho
Por Tainah Ramos
A programação do Festival 3i, que aconteceu entre os dias 5 e 7 de maio, na Casa da Glória, no Rio de Janeiro, também contou com uma oficina pensada para organizações com poucos colaboradores e sem um profissional de recursos humanos.
Com objetivo de mostrar ferramentas que ajudam a criar um ambiente saudável, manter os profissionais engajados e garantir equilíbrio emocional no espaço de trabalho, o workshop “Gestão de pessoas para pequenas redações” foi ministrado pela jornalista Amanda Rahra, cofundadora do Laboratório e Escola de Jornalismo da Énois. Hoje ela atua na área de cuidado e gestão de pessoas e projetos da organização, além de integrar o Aura Fellowship, um programa de apoio internacional para mulheres ativistas.
Em círculo, os participantes, em sua maioria gestores de redações de diversos lugares do país, se apresentaram e compartilharam os principais desafios de suas organizações. Conheça as principais dicas para lideranças compartilhadas por Rahra:
Rahra explicou, por exemplo, que mensagens no meio da madrugada, mesmo que não sejam a intenção, causam ansiedade nos colaboradores. A postura de um chefe workaholic gera uma cobrança excessiva para a equipe.
As seis perguntas que direcionam o “lide” de um texto jornalístico – o quê, quem, onde, como, quando e por que – podem ser utilizadas também para guiar as ações de uma organização, otimizar o trabalho e dar sentido às tarefas.
O autoconhecimento é a chave para um gestor de um projeto pequeno. Ninguém conhece melhor o objetivo e a missão de uma organização do que quem a idealizou. Por isso, Rahra explica que é necessário refletir sobre seu próprio papel e escutar as angústias da equipe. A questão “O que une essas pessoas aqui?” é essencial. Nesse espaço, cabe a promoção de encontros que não tratem somente de trabalho.
Após trazer um sonho para o coletivo, pode chegar o momento em que uma liderança não queira mais estar à frente do projeto. Para que o projeto não morra, é necessário despersonalizá-lo, deixando outras pessoas aptas para dar continuidade a ele.
Um exemplo trazido por Rahra sobre a Énois é a questão dos salários. Eles são abertos para toda a equipe. Na organização, o salário mais alto não pode ser quatro vezes maior que o mais baixo. Além disso, durante a pandemia foi criado o “Auxílio Emergencial da Énois”, em que foram usados critérios caso a caso – o apoio financeiro a uma pessoa com filhos não poderia ser menor ou igual ao que para uma pessoa sem dependentes.