Como cobrir questões relacionadas ao aborto? Qual a melhor abordagem para falar sobre crise migratória? Quais são os termos corretos para escrever sobre pessoas com deficiência? Essas e outras perguntas fazem parte do cotidiano da imprensa brasileira. Pensando nisso, o Festival 3i lança, nesta segunda-feira (14), a série de podcasts “Como Cobrir”, em mais uma novidade de conteúdo multiplataforma da 3ª edição do evento.
Além das mesas, diálogos e painéis, jornalistas, comunicadores, estudantes e entusiastas da área vão poder ter acesso ao material que vai ajudar na produção de reportagens mais adequadas sobre assuntos importantes. Os audioguias são baseados em publicações e manuais atuais produzidos por organizações, institutos e iniciativas de mídia independente, além de dicas de profissionais da imprensa brasileira, considerados referência em determinado tipo de cobertura.
O conteúdo está alinhado aos cinco eixos temáticos do 3i que vão nortear os dez dias do evento: Democracia, Diversidade, Distribuição, Empreendedorismo e Meio Ambiente. A série foi dividida em 15 tópicos: Aborto, Biodiversidade, Ciência, Indígenas, Eleições, Judiciário, LGBTQIA+, Morte e Luto, Mudanças Climáticas, Periferias, Pessoas com Deficiência, Raça, Refugiados, Trabalho Escravo e Violência contra Mulher.
Com duração média de 5 minutos em cada episódio – em linguagem direta, objetiva e fácil de aprender – a proposta é levar dicas e orientações de como cobrir de maneira assertiva um tema e o que deve ser evitado para não reproduzir desinformação ou estigmatizar grupos sociais historicamente vulnerabilizados ou silenciados. Uma lista de outras recomendações, como perfis no Twitter, sites relevantes, documentos mais robustos e o manual que o conteúdo foi originalmente concebido, também foi disponibilizada na descrição de cada episódio.
Os podcasts já estão disponíveis nos melhores agregadores, como Spotify, Apple, Deezer, Amazon Music, Castbox, Google e Orelo. E em mais um compromisso do 3i para facilitar que a informação possa chegar a profissionais que possuem algum tipo de deficiência auditiva ou surdez, todos os episódios do “Como Cobrir” possuem transcrição de texto. Na transcrição, além do texto falado dos locutores, elementos do áudio, como ruído de fundo e efeitos sonoros são considerados.
A série de podcasts foi produzida pelos jornalistas Géssika Costa, coordenadora de projetos da Ajor e fundadora do Olhos Jornalismo, na frente da compilação dos guias originais, pesquisa, produção, e locução; Jean Albuquerque, também integrante do Olhos e repórter do JC Concursos, na pesquisa e produção; e Rodrigo Alves, do podcast Vida de Jornalista, ligado à produtora de podcasts narrativos Escuta Aqui, responsável pela coordenação, locução, roteiro, edição e sonorização dos materiais.
Segundo Rodrigo Alves, coordenador do projeto, ao repensar a cobertura e melhorar a abordagem em algum tema considerado sensível à sociedade, o jornalismo se renova, se consolida e cumpre ainda mais o seu papel como um serviço de utilidade pública.
“O jornalismo não pode cobrir determinados temas de maneira superficial ou usando termos errados ou reproduzindo clichês. A quantidade de informação hoje é tão grande e muda tão rápido que nunca foi tão importante a gente estar atualizado sempre. Então eu espero que o podcast possa se espalhar ao máximo pelas redações, pelos grupos de faculdade, por jornalistas independentes, para que possa servir como referência de informação e também como uma ponte para outros conteúdos especializados, a fim de que a gente possa ter uma cobertura cada vez mais honesta”, argumenta o profissional. Ouça o teaser do podcast:
Veja aqui a lista de todos os episódios, em ordem alfabética, no Spotify:
Como cobrir: Mudanças Climáticas
Como cobrir: Pessoas com Deficiência
Como cobrir: Violência contra Mulher
Texto por Géssika Costa