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Convidados da mesa sobre influência e produção de conteúdo no Festival 3i 2023. Foto: Any Duarte, @aquelaany

Festival 3i 2023: influenciadores debatem estratégias de produção de conteúdo para as redes

Convidados discutem influência e produção de conteúdo do Festival 3i 2023

maio 07, 2023

Por Carlos Gabriel Tolêdo, Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA)

Palestra no segundo dia do Festival 3i 2023, um dos principais eventos de jornalismo e empreendedorismo, reuniu especialistas de mídias sociais e influenciadores para uma conversa sobre como produzir conteúdo para as redes sociais que gerem engajamento e recursos, mas mantenham a qualidade informativa. O encontro também discutiu como jornalistas estão virando produtores de conteúdo para atrair novas audiências. E a responsabilidade ética de produtores de conteúdo ao lidar com grandes públicos.

A mesa foi mediada pelo editor-chefe do Meio, newsletter que sai de segunda a sexta-feira e que também está no YouTube, Pedro Doria. Ele também é colunista de O Globo, O Estado de S. Paulo e da CBN. Foi editor-executivo do Globo e editor-chefe de digitais do Estadão, além de colunista da Folha de S. Paulo. Knight Fellow pela Universidade de Stanford e autor de 8 livros, em sua maioria sobre história do Brasil.

Convidados da mesa sobre influência e produção de conteúdo do Festival 3i 2023. Foto:  Any Duarte, @aquelaany
Convidados da mesa sobre influência e produção de conteúdo no Festival 3i 2023. Foto: Any Duarte, @aquelaany

Também esteve presente a editora assistente em Americas Digital Hub no BBC World Service, Tamara Gil. A jornalista começou a palestra mostrando alguns dos vídeos que foram postados no TikTok da BBC. Ela supervisionou diariamente a produção, foi responsável pela estratégia de mídia social e liderou o lançamento do bem-sucedido canal da BBC na plataforma de vídeos. Quando comentou que a BBC busca, também, histórias inspiradoras, a Team Manager da BBC Mundo em Londres, mostrou um vídeo de uma mulher indigena que conheceu a praia com 78 anos. Tamara, que tem mais de 15 anos de experiência na Europa, Ásia e Américas, salientou a importância do uso de diversos temas, como Linguagens e Ciência, em um vídeo sobre curiosidades sobre a língua espanhola e um vídeo sobre educação sexual. Ainda falando sobre a produção dos vídeos para o TikTok, Tamara diz que “explicar é o mais importante nos dias de hoje”.

Quem também teve um momento no palco foi o fundador do Voz das Comunidades, jornal focado em informações sobre as favelas do Rio de Janeiro, Renê Silva. O jornalista também trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” 2011, e na novela Salve Jorge, em 2012, contou a diferença entre os públicos de cada rede social que o jornal está presente. “No Twitter, a maior parte não vive em favela. No Facebook, 95% são de favela”. Juntando os perfis, pessoal e do jornal, o influenciador que já palestrou em Harvard, pontuou que são mais de 50 milhões de visualizações. Em determinado momento, o diretor e captador de recursos da ONG, comentou o funcionamento do jornal, “temos e precisamos da participação coletiva dos moradores das favelas do Rio. Temos a divisão de trabalho no Twitter, do audiovisual, TikTok e Instagram , e do Facebook. Temos grupos no WhatsApp com informações em tempo real”.

A última palestrante da mesa foi a atriz e jornalista pernambucana, Ademara Barros. A influencer viralizou pela primeira vez durante o início da pandemia e usou das redes sociais como vitrine de suas habilidades. Ademara explicou um pouco sobre como funciona a produção de seus vídeos, dizendo que adapta a linguagem dos memes e sugeriu aos outros veículos que façam o mesmo. Apresentadora do programa FOOD IS MY LÍNGUA – Comedy Central, Ademara gerou milhões de visualizações em seus vídeos, em sua maioria esquetes que tratam assuntos cotidianos de maneira bem humorada, sempre valorizando a autenticidade acima de tudo “Faço conteúdo humorístico, Faço piadas sobre coisas banais”, esclareceu Ademara. Em dois anos, ela ultrapassou a marca de 500 mil seguidores no Instagram, mais de 430 mil no TikTok e 210 mil no Twitter, realizou parcerias relevantes com grandes marcas – incluindo gigantes do streaming e do e-commerce – e criou vários conteúdos “Se eu não fosse jornalista, meu conteúdo não seria o mesmo”, refletiu. A influenciadora também comentou sobre a forma como satiriza alguns temas como “machismo, xenofobia, racismo até onde posso e construi a imagem do esquerdomacho”.

Assista a palestra na íntegra:

*Reportagem produzida por estudantes de jornalismo para o Foca no 3i, parceria de cobertura do Festival 3i 2023 com as Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA).