Convidados internacionais desembarcam no Festival para abordar IA no jornalismo
A inteligência artificial (IA) não é uma tecnologia futurista e distópica. Já existe, funciona e faz parte do cotidiano de muitas empresas e usuários. Essa é uma das tendências do jornalismo e da mídia em 2023, segundo o relatório do Instituto Reuters, mas ainda há muito para ser discutido. Cumprindo seu propósito de promover a inovação no jornalismo, o Festival 3i debate o tema na mesa “Os possíveis impactos da IA no jornalismo e no debate público”. O festival acontece de 5 a 7 de maio, na Casa da Glória, Rio de Janeiro.
Os ingressos já estão à venda no site. O passaporte para os três dias de festival sai a R$ 250 inteira, e a meia entrada a R$ 125. A compra para apenas um dos dias também está disponível, no valor de R$ 150, e a meia entrada a R$ 75.
O mediador da mesa, Sérgio Spagnuolo, editor do Núcleo Jornalismo, espera que a sessão esclareça o uso da IA como uma ferramenta para as redações, e não como substituta dos profissionais. Ele também afirma que a IA tem de ser pensada com cautela. “Inteligência artificial já é um tema importante no jornalismo há alguns anos, mas com a velocidade atual de desenvolvimento de novas aplicações e da qualidade dos novos modelos de linguagem, isso abriu um grande potencial de uso, desde que feito com responsabilidade e planejamento”, explica.
Uma das convidadas, a jornalista argentina Florencia Coelho é uma das autoras do guia “IA para jornalistas: uma ferramenta para explorar”, publicado pela assessoria especializada em inovação digital Prodigioso Volcan, em parceria com a Fundação Gabo. O material aborda a conexão da atividade jornalística com a IA de dois modos: o jornalismo deve cobrir o tema para promover os debates necessários sobre inclusão e direitos digitais; e utilizar a tecnologia como ferramenta de trabalho, otimizando os processos de produção de conteúdo.
Para além dessas perspectivas que podem parecer mais rotineiras para os jornalistas, existe uma série de debates éticos sobre o uso da inteligência artificial, como a transparência sobre um conteúdo produzido por essa tecnologia, questões de propriedade intelectual, privacidade e reprodução de estereótipos racistas, já que muitos protótipos são alimentados por conteúdos reais, produzidos por uma pessoa humana. Quais seriam, então, os limites para a modificação de textos jornalísticos, fotografias ou ilustrações, por exemplo? Ou onde são armazenados estes dados e quem pode ter acesso a estas informações? Esses são alguns dos questionamentos que devem nortear a discussão.
Realizado pela Associação de Jornalismo Digital (Ajor), que representa mais de 100 organizações de mídia no país, esta edição conta com patrocínio do Google, Meta, Luminate, Fundação Ford, Clua (Climate and Land Use Alliance), Fundação Tide Setubal, e produção da Cardápio de Ideias Comunicação e Eventos.
Sobre o Festival
O 3i acontece desde 2017 e é o primeiro evento do Brasil focado em questões essenciais para aquelas e aqueles que querem empreender, inovar e liderar iniciativas digitais de jornalismo. Sua última edição nacional foi realizada em março de 2022, totalmente online devido à pandemia da covid-19, com participação de mais de 3 mil pessoas. Em novembro, Recife (PE) recebeu a 4º edição regional do evento e reuniu mais de 200 pessoas na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).