Festival 3i 2023: influenciadores debatem estratégias de produção de conteúdo para as redes

Convidados da mesa sobre influência e produção de conteúdo no Festival 3i 2023. Foto: Any Duarte, @aquelaany

Por Carlos Gabriel Tolêdo, Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA)

Palestra no segundo dia do Festival 3i 2023, um dos principais eventos de jornalismo e empreendedorismo, reuniu especialistas de mídias sociais e influenciadores para uma conversa sobre como produzir conteúdo para as redes sociais que gerem engajamento e recursos, mas mantenham a qualidade informativa. O encontro também discutiu como jornalistas estão virando produtores de conteúdo para atrair novas audiências. E a responsabilidade ética de produtores de conteúdo ao lidar com grandes públicos.

A mesa foi mediada pelo editor-chefe do Meio, newsletter que sai de segunda a sexta-feira e que também está no YouTube, Pedro Doria. Ele também é colunista de O Globo, O Estado de S. Paulo e da CBN. Foi editor-executivo do Globo e editor-chefe de digitais do Estadão, além de colunista da Folha de S. Paulo. Knight Fellow pela Universidade de Stanford e autor de 8 livros, em sua maioria sobre história do Brasil.

Convidados da mesa sobre influência e produção de conteúdo do Festival 3i 2023. Foto:  Any Duarte, @aquelaany
Convidados da mesa sobre influência e produção de conteúdo no Festival 3i 2023. Foto: Any Duarte, @aquelaany

Também esteve presente a editora assistente em Americas Digital Hub no BBC World Service, Tamara Gil. A jornalista começou a palestra mostrando alguns dos vídeos que foram postados no TikTok da BBC. Ela supervisionou diariamente a produção, foi responsável pela estratégia de mídia social e liderou o lançamento do bem-sucedido canal da BBC na plataforma de vídeos. Quando comentou que a BBC busca, também, histórias inspiradoras, a Team Manager da BBC Mundo em Londres, mostrou um vídeo de uma mulher indigena que conheceu a praia com 78 anos. Tamara, que tem mais de 15 anos de experiência na Europa, Ásia e Américas, salientou a importância do uso de diversos temas, como Linguagens e Ciência, em um vídeo sobre curiosidades sobre a língua espanhola e um vídeo sobre educação sexual. Ainda falando sobre a produção dos vídeos para o TikTok, Tamara diz que “explicar é o mais importante nos dias de hoje”.

Quem também teve um momento no palco foi o fundador do Voz das Comunidades, jornal focado em informações sobre as favelas do Rio de Janeiro, Renê Silva. O jornalista também trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” 2011, e na novela Salve Jorge, em 2012, contou a diferença entre os públicos de cada rede social que o jornal está presente. “No Twitter, a maior parte não vive em favela. No Facebook, 95% são de favela”. Juntando os perfis, pessoal e do jornal, o influenciador que já palestrou em Harvard, pontuou que são mais de 50 milhões de visualizações. Em determinado momento, o diretor e captador de recursos da ONG, comentou o funcionamento do jornal, “temos e precisamos da participação coletiva dos moradores das favelas do Rio. Temos a divisão de trabalho no Twitter, do audiovisual, TikTok e Instagram , e do Facebook. Temos grupos no WhatsApp com informações em tempo real”.

A última palestrante da mesa foi a atriz e jornalista pernambucana, Ademara Barros. A influencer viralizou pela primeira vez durante o início da pandemia e usou das redes sociais como vitrine de suas habilidades. Ademara explicou um pouco sobre como funciona a produção de seus vídeos, dizendo que adapta a linguagem dos memes e sugeriu aos outros veículos que façam o mesmo. Apresentadora do programa FOOD IS MY LÍNGUA – Comedy Central, Ademara gerou milhões de visualizações em seus vídeos, em sua maioria esquetes que tratam assuntos cotidianos de maneira bem humorada, sempre valorizando a autenticidade acima de tudo “Faço conteúdo humorístico, Faço piadas sobre coisas banais”, esclareceu Ademara. Em dois anos, ela ultrapassou a marca de 500 mil seguidores no Instagram, mais de 430 mil no TikTok e 210 mil no Twitter, realizou parcerias relevantes com grandes marcas – incluindo gigantes do streaming e do e-commerce – e criou vários conteúdos “Se eu não fosse jornalista, meu conteúdo não seria o mesmo”, refletiu. A influenciadora também comentou sobre a forma como satiriza alguns temas como “machismo, xenofobia, racismo até onde posso e construi a imagem do esquerdomacho”.

Assista a palestra na íntegra:

*Reportagem produzida por estudantes de jornalismo para o Foca no 3i, parceria de cobertura do Festival 3i 2023 com as Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA). 

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